quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Grandes mudanças nos últimos 18 anos

1. DORMIR DE BARRIGA PARA CIMA Não há dúvidas de que esta é a posição mais segura para o sono do seu filho, uma vez que pode reduzir em até 70% o risco de morte súbita (quando a criança com até 1 ano, por motivo desconhecido, morre de forma inesperada durante o sono). Desde 1992, a Academia Americana de Pediatria faz essa recomendação. O Brasil foi um dos últimos países a oficializá-la – antes, dizia-se para colocar a criança para dormir de bruços e, depois, de lado. A Sociedade Brasileira de Pediatria adotou essa orientação em 2009, mesmo ano em que a Pastoral da Criança iniciou uma campanha para conscientizar os pais sobre a importância de o bebê dormir de barriga para cima. E não precisa ficar com receio do seu filho engasgar se regurgitar durante o sono, porque a quantidade de líquido é pequena e escorre pelos lados da boca. 2. LICENÇA-MATERNIDADE AMPLIADA Tudo o que você quer é ficar mais tempo com seu bebê, certo? Desde 2008 algumas mães conquistaram o direito de ter a licença-maternidade estendida de seis meses, realidade para as funcionárias públicas de 23 estados e 148 municípios além do Distrito Federal, servidoras públicas federais e para mulheres que trabalham em companhias que aderiram ao programa Empresa Cidadã (uma vez que a concessão do benefício é opcional para as empresas privadas), criado em 2010. Existem outros projetos de lei que pedem a extensão desse benefício para todas as trabalhadoras. “Os seis primeiros meses são insubstituíveis para o crescimento e para o desenvolvimento do bebê, para o fortalecimento do vínculo afetivo entre mãe e filho e para o aleitamento materno exclusivo”, afirma Eduardo Vaz, atual presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria. Já o pai tem, desde 1988, direito a apenas cinco dias de licença. Há pelo menos dez projetos de lei tramitando no Congresso que pedem a ampliação desse período para até 30 dias. 3. NOVAS TECNOLOGIAS Há alguns anos, se você fosse viajar e quisesse falar com seu filho, teria de esperar que ele estivesse dentro de casa para atender ao telefone. Hoje, você pode conversar com ele pelo celular ou pelo computador, e ainda vê-lo em tempo real por meio de uma webcam de qualquer lugar do mundo. E não para por aí. Você produz quantas imagens quiser com as câmeras digitais, pode compartilhar em redes sociais, blogs etc. Sem falar dos tablets, como o iPad – e tudo isso está ao alcance do seu filho também. “Hoje nossos filhos podem escolher uma diversidade muito grande de atrativos e brincam com a tecnologia produzindo informação de uma forma que nós nunca ousamos quando éramos crianças”, diz Saulo Ribas, diretor do Mundo do Sítio, site de relacionamento para crianças, da Editora Globo, que traz também jogos e atividades com a turma do Sítio do Picapau Amarelo (mundodositio.com.br) 4. CADEIRINHA OBRIGATÓRIA Você não deveria encontrar mais nenhuma criança solta no banco de trás do carro. Há pouco mais de um ano, o uso da cadeirinha passou a ser obrigatório em todo o país. Quem transportar crianças com menos de 7 anos e meio sem o dispositivo de segurança é multado. O motorista que infrigir a lei, considerada uma infração gravíssima, leva sete pontos na carteira de habilitação e uma multa no valor de R$ 191,54. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a utilização correta da cadeirinha pode reduzir em até 70% a possibilidade de morte em caso de acidente. 5. ENSINO FUNDAMENTAL AMPLIADO Desde 2006, o Ensino Fundamental passou a ter um ano a mais, totalizando nove. A grande repercussão aconteceu em relação à mudança da idade de ingresso da escola: hoje a matrícula pode ser feita aos 6 anos, mesmo que completados até o dia 31 de março do ano letivo, ou aos 5, caso o aluno já tenha cursado pelo menos dois anos da educação infantil. A discussão que permanece até hoje é como essa inclusão deve ser feita. Os especialistas afirmam que o primeiro ano deve manter características do antigo pré e, se possível, que as aulas aconteçam nesse mesmo ambiente. 6. DIREITOS DOS PAIS SEPARADOS Duas importantes leis foram criadas para garantir a boa comunicação entre os pais que não moram mais juntos. A primeira é a da guarda compartilhada, que, desde 2008, tornou realidade o que já era prática para muitas famílias: todas as decisões sobre o filho vão ser tomadas por pai e mãe, juntos. A outra lei que merece destaque é a da alienação parental, que tem um nome estranho, mas é fácil de entender: dificultar o contato com um dos pais, reclamar do “ex” na frente do filho, mudar de endereço sem avisar. Desde 2010, situações como essas podem levar à punição quem praticá-la, que varia desde aplicação de multa diária em dinheiro definida pelo juiz até resultar na perda de guarda. 7. DESCOBERTA DO SEXO DO BEBÊ A ciência arrumou um jeito de acabar com a curiosidade dos pais sobre o sexo do bebê mais cedo! Desde 2003 é possível saber se vai ser menino ou menina, a partir da oitava semana de gestação, com um simples exame de sangue (chamado sexagem fetal) – antes, você precisava esperar para fazer um ultrassom por volta da 12ª semana. Funciona assim: a detecção do cromossomo Y indica que o feto é masculino e a ausência do mesmo, que é feminino. 8. CORDÃO SALVA-VIDAS Uma importante descoberta da última década revelou que o sangue do cordão umbilical é fonte rica de células-tronco (células que produzem todos os outros tipos de células do sangue) e que ele poderia ser utilizado no tratamento de doenças graves, como leucemia e linfoma. Daí a importância da criação de bancos públicos de sangue de cordão, que realizam a coleta em algumas maternidades credenciadas do país – no Brasil, essa rede, a Brasilcord, foi criada em 2004. A ideia é garantir diversidade, uma vez que a população tem perfil genético diferente. Há ainda a opção de congelar em um banco privado, mas você pode tratar poucas doenças com esse material e, se a pessoa tiver alguns desses problemas, não se recomenda usar seu próprio sangue, uma vez que ela pode ter predisposição para a doença. 9. MAIS VACINAS Os últimos dez anos foram marcados por avanços nas pesquisas que resultaram em uma maior oferta de vacinas disponíveis. Segundo dados do Ministério da Saúde, em 1983, o calendário nacional de imunização infantil tinha sete tipos de vacinas inclusas. Hoje, são 11 – no último ano, entraram as contra pneumococo, meningite e gripe –, fora as disponíveis apenas na rede privada, entre elas contra a catapora. O calendário brasileiro é um dos mais completos do mundo.

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